A linguagem inclusiva veio para ficar e ainda bem! Sei que muitas pessoas pensam que é um preciosismo ou um grande bicho-papão que veio para estragar a língua portuguesa, mas… não.

Vamos ser práticos, imaginemos que uma marca está a vender candeeiros para escritório e utiliza sempre o género masculino. O público-alvo desta marca são só homens? Pode ser o caso, mas não me parece! Quando esta marca escreve frases como “vamos ajudá-lo a fazer a escolha certa”, ela está a excluir o público feminino.

Como mulher, quando leio isto sinto-me ignorada e sei que muitas outras mulheres sentem o mesmo. Por isso e porque não devemos ignorar ninguém (incluindo as pessoas não binárias) vamos fazer o esforço para incluir o máximo de pessoas possível, sim?

“Isto é muito bonito, Mélanie, mas o texto não vai ficar feio?”, perguntam vocês. O texto vai ficar feio sim, se fizeres o seguinte:

 

1.     Utilizares “o(a)”

Há situações em que os clientes te pedem para escreveres “vamos ajudá-lo(a)” e neste caso o máximo que podes fazer é aconselhar. Se depois dos teus conselhos os clientes continuarem a achar que esta é a melhor opção, não há muito que possas fazer. No entanto, se a escolha for tua e te derem toda a liberdade do mundo, deves evitar escrever desta forma.

Se conseguires, é preferível dar a volta e escrever sem género do que adotares este sistema porque, vamos ser sinceros, não é muito fácil ler isto!

 

2.    Utilizares “x” ou “@”

Quando se começou a pensar a sério na linguagem inclusiva, criou-se um sistema em que se substituía os determinantes “o” e “a” por “x” e “@”. Isto foi descartado muito rapidamente. Porquê? Porque excluía mais do que incluía. Esta forma de escrever dificulta a leitura de pessoas disléxicas e a de softwares utilizados por pessoas cegas ou com baixa visão.

 

Mas então o que é que podes fazer?

 

3.   Dar asas à tua imaginação

Vamos lá pegar no exemplo que tenho utilizado até agora…

E se em vez de escrevermos “vamos ajudá-lo”, optarmos por “estamos cá para ajudar a fazer a escolha certa" ou “a escolha é muita, mas estamos cá para ajudar”. Dependendo do contexto, estas opções podem resultar muito bem e acabamos por não utilizar frases cliché e até criar uma maior ligação com o leitor.

Se a tua marca tiver um tom de voz mais informal, em vez de escreveres “Bem-vindo ao nosso site” podes optar por uma opção mais criativa como “Sente-te em casa” ou “Que bom ver-te por aqui!”.

O importante é treinares muito e ires vendo as opções que resultam.

 

4.   Adotar o sistema de género neutro “elu”

Se não conseguires evitar a marcação de género nas palavras e quiseres incluir géneros não binários podes usar o Sistema Elu. Este sistema foi criado depois de muito estudo das regras gramaticais do português e propõe alternativas muito interessantes.

Não é fácil utilizar este sistema, de todo, porque é algo muito diferente de tudo o que aprendemos até agora. Mas com muita prática chegamos lá!

Estas são algumas das técnicas que tenho utilizado para escrever textos inclusivos, mas há muitas mais que dependem de cada frase, texto e público-alvo da marca. E tu? Tens mais dicas? Escreve nos comentários.

 

 

 

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